quarta-feira, 6 de junho de 2007
Vai aonde te leva o coração
domingo, 3 de junho de 2007
E de novo a armadilha dos abraços
sexta-feira, 1 de junho de 2007
Flores
segunda-feira, 28 de maio de 2007
(In)quietudes
quinta-feira, 17 de maio de 2007
Raio de luz
sábado, 28 de abril de 2007
Noivado
terça-feira, 24 de abril de 2007
25 de Abril
sábado, 21 de abril de 2007
Definição do amor
"Amor é fogo que arde sem se ver
é ferida que dói e não se sente
é um contentamento descontente
é dor que desatina sem doer" (Camões)
Que o poeta de todos os poetas
me conceda boa estrela
que a estrela de todos os astros
me premeie na lapela
prémios de honor
prefiro os muitos
oferecidos pelas mãos do amor
coroando o amor
e os seus heterónimos
nem vão caber nos Jerónimos
Amores anónimos não há
e assim foi pela madrugada
mesmo que seja um "assim fosse"
vou nomear-te namorada
ninguém já soube o que é o amor
se o amor é aquilo que ninguém viu
uma cor que fugiu
e pairou serena e breve
no ar
(Pousa agora, borboleta na pena deste poeta:)
É uma cor que dá na vida
o amor
é uma luz que dá cor
é uma cor que dá na vida
o amor
é uma luz que dá na cor
mas é uma batalha perdida
que se trava com ardor
é uma cor que dá na vida
o amor
dor que desatina sem doer
Se devagar se vai ao longe
devagar te quero perto
mesmo que o que arde nunca cure
vou beijar-te a sol aberto
é já dos livros que o instante
se parece tanto com a eternidade
e que o amor na verdade
só se cansa de ti
se de ti mesmo te cansas
Mordidas mansas, emoções
suspiros, densos, afagares
liberto das definições
o amor define os seus lugares
ilhas desertas até ver
ver o sol, a chuva
o arco do corpo
arco-íris, corpo a corpo
cara a cara, cor a cor
incandescendo o olhar
(Pousa agora, borboleta na pena deste poeta:)
É uma cor que dá na vida
o amor
é uma luz que dá cor
é uma cor que dá na vida
o amor
é uma luz que dá na cor
mas é uma batalha perdida
que se trava com ardor
é uma cor que dá na vida
o amor
dor que desatina sem doer
E ao pôr o dedo nas feridas
que supunhámos curadas
provas de fogo atravessamos
no mar alto festejadas
não se controla o inesperado
nem se diz o indizível do amor
uma cor que fugiu
de um pano leve
e pairou serena e breve
no ar
(Pousa agora, borboleta na pena deste poeta:)
É uma cor que dá na vida
o amor
é uma luz que dá cor
é uma cor que dá na vida
o amor
é uma luz que dá na cor
mas é uma batalha perdida
que se trava com ardor
é uma cor que dá na vida
o amor
dor que desatina sem doer
Composição: Sérgio Godinho
terça-feira, 3 de abril de 2007
Perguntas à Língua Portuguesa
Pintura de Bertina Lopes, Mafalala
sexta-feira, 30 de março de 2007
Brincar no Português
quarta-feira, 28 de março de 2007
Nocturnos
sem pés
entre páginas
de gasta paciência
quando a música findou
e teu sorriso se desfez
como um grão de pólen.
Vens no veneno oculto
de meus dias
no silêncio
dos meus ossos
devagar
arrastando em queda
o nosso mundo.
Vens no espectro
da angústia
na escrita
inquieta
destes versos
no luto maternal
que me devolve a ti.
A escuridão desce então
sobre o meu corpo
quando o rosto da morte
adormece na almofada.
Alguns livros:
Tempo de Morrer,Tempo para Viver (1998)
Terra sem Mãe (2000)
A Definição da Noite (2003)
Nós / Nudos (2004)
segunda-feira, 19 de março de 2007
Carta
quarta-feira, 14 de março de 2007
Carta de amor
terça-feira, 6 de março de 2007
O meu filho não gosta de ler
segunda-feira, 5 de março de 2007
O verbo ler não suporta o imperativo
sábado, 3 de março de 2007
O prazer de ler
- Pára de ler, vais estragar os olhos!
- Vai lá para fora brincar, está um dia lindo.
- Apaga a luz! Já é tarde!
Nesse tempo, os dias estavam sempre demasiadamente bonitos para os desperdiçar com leituras, e as noites eram demasiadamente escuras.
Note-se que, quer se lesse quer não se lesse, o verbo já era conjugado no imperativo. Mesmo no passado, já era assim. De certo modo, ler era um acto subversivo. À descoberta do romance acrescia a excitação da desobediência à família. Era um duplo esplendor! Ah, a magnífica recordação de horas de leitura às escondidas, debaixo dos lençóis, à luz da lanterna. Como galopava a Anna Karenina ao encontro do seu Vronski, àquelas horas da noite! Amavam-se um ao outro, o que já era magnífico, mas amavam-se enfrentando a proibição de ler, o que era ainda melhor! Amavam-se contra a vontade do pai e da mãe, contra o trabalho de matemática por acabar, contra a redacção, contra o quarto por arrumar, amavam-se em vez de irem para a mesa, amavam-se antes da sobremesa, preferiam estar um com o outro a irem ao futebol ou a apanharem cogumelos... tinham-se escolhido um ao outro, nada mais queriam do que estar um com o outro... meu Deus, como o amor é belo!
E como se lê o romance num instante!
Daniel Pennac, Como um romance, Ed. Asa
Pintura de António Bandeira
sexta-feira, 2 de março de 2007
Direitos imprescritíveis do leitor
Direitos imprescritíveis do leitor
1 - O direito de não ler.
2 - O direito de saltar páginas.
3 - O direito de não acabar um livro.
4 - O direito de reler.
5 - O direito de ler o que quer que seja.
6 - O direito ao bovarysme (doença textualmente transmissível).
7 - O direito de ler em qualquer parte.
8 - O direito de rebuscar.
9 - O direito de ler em voz alta.
10 - O direito de nos calarmos.